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Monteiro Lobato







Ilustração representando Monteiro Lobato feita por André Koehne.José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 — São Paulo, 4 de julho de 1948) foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Ele é popularmente conhecido pelo conjunto educativo, bem como divertido, de sua obra de livros infantis, o que seria aproximadamente metade de sua produção literária. A outra metade, que consiste em um número de romances e contos para adultos, foi menos popular, mas um divisor de águas na literatura brasileira.

Primeiros passos
Monteiro Lobato, ainda estudante, escrevia pequenos contos para os jornaizinhos das escolas que freqüentou em Taubaté, sua cidade natal. Quando foi para a Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, cursar Direito, já tinha como duas maiores paixões escrever e desenhar. Continuava colaborando em publicações estudantis.

Formado, voltou a Taubaté e continuou enviando artigos a um jornal de Caçapava. Depois se mudou para Areias, se casou, e passou a traduzir artigos do Weekly Times para O Estado de S. Paulo. Também fez ilustrações e caricaturas para a revista Fon-Fon e colaborou nos jornais Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, e Tribuna de Santos.

Em 1914, começou a escrever “Urupês”, para O Estado de S. Paulo, criando um de seus mais famosos personagens, o Jeca Tatu. Jeca era um grande preguiçoso, totalmente diferente dos caipiras e índios idealizados pela literatura romântica de então. Seu aparecimento gerou uma enorme polêmica em todo o país; pois o personagem era o símbolo do atraso e miséria que representava o campo no Brasil.

Pouco tempo depois, Lobato vendeu sua fazenda (que herdara de seu avô) e mudou-se para a capital paulista para tornar-se um “escritor-jornalista”. Colaborava em diversas publicações até que foi lançada a Revista do Brasil, em 1916. Era uma publicação nacionalista, que agradou em cheio o gosto de Monteiro Lobato. Em 1918, ele comprou a revista e passou a dar espaço para novos talentos, ao lado de pessoas famosas.


[editar] Sítio do Picapau Amarelo

Foi nessa época que Monteiro Lobato criou sua primeira história infantil: “A menina do nariz arrebitado” (que deu origem à Narizinho do Sítio do Picapau Amarelo). O livro foi lançado em dezembro de 1920, para aproveitar o Natal. A capa e os desenhos eram de um famoso ilustrador da época: Voltolino.

A partir daí, Lobato continuou escrevendo livros infantis de sucesso, especialmente com Narizinho e outros personagens como Dona Benta, Pedrinho, Tia Nastácia, o boneco de sabugo de milho Visconde de Sabugosa e Emília, a boneca de pano.

Além disso, por não gostar muito das traduções dos livros europeus para crianças, e sendo um tremendo nacionalista, ele criou aventuras com personagens bem ligados à cultura brasileira, recuperando inclusive costumes da roça e lendas do folclore.

Mas não parou por aí: Monteiro Lobato pegou essa “sopa” de personagens brasileiros e os enriqueceu “misturando-os” a personagens da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema.

Por fim, Monteiro Lobato também foi pioneiro na literatura paradidática, ensinando história, geografia, matemática, de forma divertida com seus personagens.


[editar] O editor
Nas mãos de Monteiro Lobato, a Revista do Brasil prosperou e ele pôde montar uma empresa editorial. Ele continuava dando espaço para os novatos e também divulgava obras de artistas modernistas.

Lobato também foi precursor de algumas idéias muito interessantes no campo editorial. Ele dizia que “livro é sobremesa: tem que ser posto debaixo do nariz do freguês”. Com isso em mente, ele passou a tratar os livros como produtos de consumo, com capas coloridas e atraentes e uma produção gráfica impecável. Ele também criou uma política de distribuição que era novidade na época: vendedores autônomos e distribuidores espalhados por todo o país.

Todas essas novidades resultaram em altas tiragens dos livros que editava, tanto que ele passou a dedicar-se à editora em tempo integral, entregando a direção da Revista do Brasil a Paulo Prado e Sérgio Millet. A demanda pelos livros era tão grande que ele importou mais máquinas dos Estados Unidos e da Europa para aumentar seu parque gráfico.

Em seguida, houve uma grave seca, que cortou o fornecimento de energia (a gráfica só podia funcionar dois dias por semana). Por fim, o presidente Artur Bernardes desvalorizou a moeda e suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil, gerando um enorme rombo financeiro e muitas dívidas a Monteiro Lobato.

O escritor só teve uma escolha: entrou com um pedido de falência em julho de 1925. Mesmo assim, isso não significou o fim de seu projeto editorial. Ele já se preparava para abrir uma nova empresa: a Companhia Editora Nacional.

Os “produtos” dessa nova editora abrangiam de tudo um pouco, inclusive traduções de Hans Staden e Jean de Léry. Além disso, os livros continuam com o “selo de qualidade” de Monteiro Lobato, tendo projetos gráficos muito bons e com enorme sucesso de público.

Em 1927, o presidente Washington Luiz nomeou Monteiro Lobato adido comercial em Nova York, nos Estados Unidos. Lobato mudou-se para Nova York e deixou a Companhia Editora Nacional sob a direção de seu sócio, Octalles Marcondes Ferreira.

Lobato entusiasmou-se com o progresso material que viu nos Estados Unidos e passou a acompanhar todas as inovações tecnológicas norte-americanas, fazendo de tudo para entusiasmar o governo brasileiro e convencê-lo a propiciar a criação de atividades semelhantes no Brasil, especialmente no que dizia respeito ao petróleo e ao ferro.

Lobato também esteve presente em diversos momentos marcantes da história do Brasil. Na época da Revolução de 30, por exemplo, já de volta a São Paulo, ele defendia que o “tripé” para o progresso brasileira seria: ferro, petróleo e estradas para escoar os produtos.

Ele resolveu então implantar uma indústria siderúrgica e fundou empresas para fazer perfuração de petróleo. Porém, seus ideais feriam interesses de gente poderosa, como as empresas estrangeiras. Ele não tinha medo de enfrentar seus adversários e acabou na cadeia por isso. Desses esforços resultaram dois livros, Ferro e O Escândalo do Petróleo.

Em 1941, Monteiro Lobato foi preso, mas continuou defendendo o petróleo e passou a denunciar as torturas e maus tratos praticados pela polícia do Estado Novo. Uma “campanha” de intelectuais e amigos conseguiu fazer com que Getúlio Vargas concedesse o indulto que o libertaria, depois de três meses na prisão. Apesar disso, Lobato continuou sendo perseguido e o governo fazia de tudo para abafar suas idéias.


[editar] O fim
Apesar de estar em liberdade, Monteiro Lobato não conseguia mais tranqüilidade. Seu filho mais velho, Edgar, morreu, suas companhias foram liquidadas e a censura da ditadura de Getúlio Vargas o deixava quase “asfixiado”. Ele acabou se aproximando dos comunistas, saudando inclusive Luís Carlos Prestes num grande comício realizado em 1945 no estádio do Pacaembu.

Viajou para a Argentina durante dois anos depois da editora Brasiliense publicar suas Obras Completas, com mais de dez mil páginas em trinta volumes das obras adultas e infantis. Quando voltou, indignado com o governo Eurico Gaspar Dutra, escreveu “Zé Brasil”.

Neste livro, seu personagem Jeca Tatu agora era um trabalhador rural sem terra. Seus maiores problemas dessa vez eram o latifúndio e a distribuição injusta da propriedade rural.

Monteiro Lobato, cansado de tantas batalhas pelo seu país, sofreu dois espasmos cerebrais e faleceu no dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade. Sua obra e sua vida ainda hoje são inspiração e exemplo para milhares de crianças, jovens e adultos do Brasil.


[editar] Disputa pela obra
Desde 1998, a obra de Monteiro Lobato é centro de uma polêmica entre os editores Editora Brasiliense e os herdeiros. Os herdeiros acusam a editora de negligenciar a obra, há o desejo de mais divulgação e edições melhores. Entre os editores há o desejo de reciclar o texto dos livros.

Em 2018 a obra de Monteiro Lobato entra em domínio público, pois se passarão 70 anos de sua morte.


[editar] Livros infantis
A maioria de seus livros infantis se passavam no Sítio do Picapau Amarelo, um sítio no interior do Brasil, tendo como uma das personagens a senhora dona da fazenda Dona Benta, seus netos Narizinho e Pedrinho e a empregada Tia Nastácia. Esses personagens foram complementados por entidades criadas ou animadas pela imaginação das crianças na história: a boneca irreverente Emília e o aristocrático boneco de sabugo de milho Visconde de Sabugosa, a vaca Mocha, o burro Conselheiro, o porco Rabicó e o rinoceronte Quindim. No entanto as aventuras na maioria se passam e outros lugares: ou num mundo de fantasia inventados pelas crianças, ou em estórias contadas por Dona Benta no começo da noite. Esses três universos são interligados para a estórias e lendas contadas pela avó naturalmente se tornarem cenário para o faz-de-conta, incrementado pelo dia-a-dia dos acontecimentos no sítio.

Os contos infantis foram transformados em 5 séries de TV de bastante sucesso, a primeira na TV Tupi que foi exibida de 3 de junho de 1952 a 1962, a segunda, na TV Cultura em 1964, a terceira na Rede Bandeirantes em 12 de dezembro de 1967, a quarta na Rede Globo, em 7 de março de 1977 a 31 de janeiro de 1986, e a quinta também na Rede Globo, desde 12 de Outubro de 2001 até os dias atuais, a série Sítio do Picapau Amarelo. Ambas as séries da Globo misturam histórias originais de Monteiro Lobato com textos apenas inspirados no tema geral